domingo, 22 de março de 2009

Preocupação com a beleza torna as mulheres infelizes

Psicóloga acredita que a busca incessante por um padrão impossível traz problemas de auto-estima às mulheres.

Que o Brasil é um dos países que mais realiza cirurgias plásticas no mundo não restam dúvidas. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica revelou que, entre setembro de 2007 e agosto de 2008, foram feitos 1.252 procedimentos estéticos por dia no país.
As mulheres são as que mais procuram este tipo de tratamento. O levantamento, realizado pelo Datafolha, também mostrou que das 457 mil cirurgias realizadas no mesmo período, 402 mil foram feitas em mulheres. E o que elas mais buscaram foram peitos maiores: foram implantadas próteses de silicone em 96 mil mulheres, muitas delas menores de 18 anos.
Para Rachel Moreno, autora do livro "A Beleza Impossível", essa busca incansável por uma imagem inatingível deve-se principalmente ao padrão imposto pela mídia, que desconsidera a diversidade. E é bem fácil determinar esse padrão de beleza: “a mulher ideal é jovem, branca, magra e de preferência com cabelo loiro e liso”, define a psicóloga.
Rachel ainda diz que a forma como essas mulheres são representadas reforça essa imagem como algo positivo. “Na novela, elas representam valores do século passado: enquanto a bonitinha é recompensada com casamento, a que não segue o padrão é punida de alguma forma”, exemplifica.
Com a reprodução desses modelos, a mulher se torna mais insatisfeita com sua imagem e apresenta problemas de auto-estima. "A maioria das brasileiras mudariam alguma coisa em seu corpo. Não é normal que a maior parte da população esteja insatisfeita", comenta.
Para a psicóloga, ser saudável e realizada em outros campos deveria ser o padrão buscado pelas mulheres. "No fim das contas, somos interessantes pelo que nos diferencia", diz.
Mulheres de verdade
Neste sentido, muitas mulheres apostam no estilo ao invés de seguir um modelo determinado. A atriz Uma Thurman é uma destas: segura, ela não busca na perfeição estética sua felicidade.
No Brasil, Fernanda Torres é um exemplo de atriz que nunca fez o papel de "gostosa" para se destacar. A cantora Paula Lima, por sua vez, mostra que é possível ser desejada e admirada sem se encaixar em um padrão pré-estabelecido.

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